Ela se abria.
E da janela onde estava eu via;
E sabia o que ela queria;
E sofria
Com a luz de um letreiro,
Que piscava desordenadamente
Por algum defeito,
E que me tirava o direito
De simplesmente observar.
E ela se tocava...
Esfregava os dedos,
Enfiava;
E com olhar de puta
Provocava...
E quanto mais
Eu me esticava pra espiar,
Mais a moça se agitava...
E sorria pra mim,
Se esfregava loucamente,
Freneticamente,
Numa almofada...
Virava de costas,
Ficava de quatro,
Se oferecia pra mim.
E molhava os dedos no sexo,
Lambia, chupava,
Desafiava...
Passava a língua pelos lábios
Saboreando o próprio gosto;
Havia uma 'fissura' em seu rosto;
Era uma mulher feliz.
Decidira gozar diante de mim;
Queria ser vista assim;
E o fizera com perfeição.
Depois de se permitir um orgasmo,
Que pelos gritos
Dava a noção da delícia
Que ela sentia...
Levantou-se nua,
Foi até a janela sorrindo,
E fechou as grossas cortinas.
Simplesmente não apareceu mais.
Eu fiquei ali,
Maravilhada,
Tomada,
Encharcada de suor e gozo!
Hora da caçada!
Saí em busca de algo gostoso.
Encontrei uma mina na esquina,
Prostituta de calçada;
Levei a garota prum beco,
Paguei a chupada "profissa";
Esculachei a bancada!
E depois daquela troca enlouquecida
De um sexo vulgar,
Voltei pro quarto;
Dei uma olhada na janela,
Me joguei na cama
E adormeci.
Essa noite foi minha!
Comi a plebéia,
E a digestão foi rainha!
E qual seria a história
Daquela dama do sexto andar?
Não sei.
Nem sei o que ela fazia ali !
Nunca mais ela passou por lá.
Um comentário:
ah essa mulher é sensacional não?
já fazendo mais fãs!
adoro esses poemas tão Rodrigueanos...
beijos
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